

O rio Jordão, no seu curso, forma dois mares: o mar da Galileia e o mar Morto. O mar da Galileia é borbulhante de vida, com águas correntes que recepcionam uma variedade enorme de peixes e às suas margens fica um rastro de vida. O mar Morto é precisamente “morto” porque só retém as águas. No mar Morto não há vida nele nem ao seu redor; somente sal. O que chama atenção é que ambos os mares recebem as mesmas águas do Jordão. A explicação, pelo menos em parte, é esta: o mar da Galileia recebe as águas do Jordão, mas não as retém para si; deixa fluírem, para irrigar todo o vale do Jordão. Já o mar Morto, só recebe as águas e as retém para si, não tem efluentes, dali não sai uma gota de água. Nele não há vida. O mar morto é infértil e a sua volta o cenário é cinzento!
Esses dois mares são metáforas. Representam exatamente dois tipos de pessoas: Primeira, as que só querem receber. Pessoas que são incapazes de compartilhar das bênçãos recebidas. Essas pessoas são como o mar Morto que só retém. São como o vendedor “que retém o trigo” para vender a um custo exorbitante, mesmo que isso custe a vida de pessoas. O mar morto tipificam pessoas egoístas, só pensam em si mesmas. Preferem morrer inférteis a gerar vida com ações de generosidade. Mas, há um segundo tipo de gente, são àquelas que se assemelham ao mar da Galileia, ou seja, pessoas que têm prazer em “desaguar” bênçãos na vida dos outros. Pessoas que se alegram em irrigar a vida das pessoas com as bênçãos recebidas. Rex Hudler enxergou esta verdade quando disse: “Seja uma fonte, não um dreno.” Contudo, não seja um abençoador esperando receber bênçãos. Sobre isso, as palavras de Francesco Guicciardini são um alerta para àqueles que esperam recompensa pelos atos de generosidade: “O retorno que colhemos de ações generosas não é sempre evidente.” O que semeamos em atos de generosidade nesta vida nem sempre é percebido a olho nu.
Mas, eis o grande desafio: Seja um Jordão, não importa se pela frente tem mar morto ou um mar da Galiléia. Deixe suas águas fluírem. Àquele que sabe todas as coisas está vendo e, seja aqui ou na eternidade, haveremos de colher bons frutos ou como nas palavras do sábio em Provérbios: “bênção haverá sobre a cabeça” daquele que se permite ser bênção!
Em Cristo,
Pr Manoel Neto