ESPERANÇA EM MEIO À DESESPERANÇA
“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3:21).
As palavras acima foram proferidas pelo profeta Jeremias a quem a tradição credita a autoria do livro de Lamentações. O livro foi escrito depois da destruição de Jerusalém em 586 a.C e o povo levado cativo para a babilônia. Os dias eram terríveis e a desesperança reinava. Mas é nesse contexto de destruição, cativeiro e desesperança que o profeta diz: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança”. Sobre isso, eis algumas lições:
Primeira, é uma decisão pessoal sair da fileira dos desesperançosos. “Eu quero”. Jeremias desejou sair da fileira dos sem esperança. O contexto era o mesmo. A dor era a mesma. O destino era o mesmo. Mas, a decisão não era a mesma. “Eu quero”. Se você não desejar sair dessa situação de desesperança não será o desejo de outros que o levará refazer suas esperanças. Sim, os dias são difíceis, mas você não precisa ser refém da desesperança! Diga hoje mesmo como Jeremias: “Eu quero”!
Segunda, o que você tem acumulado na memória é o que servirá para trazer esperança ou não. O que dizer de pessoas que se alimentam diariamente de notícias sobre “Lázaros”, “governos corruptos”, “Covid-19”, “Cidades Alertas”, telejornais que respingam sangue pela da TV? Não haverá nada na memória a ser trazido à tona para gerar esperança, pois a mente já está impregnada de desesperança. Na sequência do texto sagrado acima Jeremias vai destacar três atributos de Deus que ele quer trazer à memória para dar esperança: “As misericórdias do Senhor”, v.22. “Grande é a tua fidelidade”, v.23. “Bom é o Senhor”, vs 25,26,27. Jeremias tinha o que trazer à memória acerca de Deus, por isso esperança, mesmo em meio à destruição.
Terceira, a esperança é o tônico da vida. Pessoas sem esperança morrem cedo. O psicólogo Martin Seligman estudou por muito tempo uma comunidade religiosa e fez uma descoberta extraordinária: 90% mais otimistas e cheias de fé continuavam vivas aos 85 anos. No entanto, só 34% das pessoas mais negativas e pessimistas chegaram aos 85 anos. Um exemplo prático é Calebe. Veja o que diz Josué 14:10,11: “Eis, agora, o Senhor me conservou em vida, como prometeu; quarenta e cinco anos há desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés, andando Israel ainda no deserto; e, já agora, sou de oitenta e cinco anos. Estou forte ainda hoje como no dia em que Moisés me enviou; qual era a minha força naquele dia, tal ainda agora para o combate, tanto para sair a ele como para voltar”. Agora responda: Com exceção de Josué que tinha a mesma fé e otimismo de Calebe, onde estavam os outros dez espias quarenta e cinco anos depois? Resposta: todos mortos!
Em Cristo,
Pr Manoel Neto